Lembro-me até hoje a primeira vez que entrei em contato com um problema chamado “Dengue”. Era 2001, eu havia acabado de me formar e saído do jornal Diário da Manhã e começado a trabalhar no extinto Jornal da Terra, semanário de propriedade do dono da Rádio Terra, Iberê Monteiro. A minha primeira matéria para o jornal era sobre a dengue. A conversa era a mesma: população tem que contribuir com a limpeza dos seus quintais, poder público tem que contribuir com a supervisão dessa limpeza, ajudar na matança dos mosquitos, enfim, tudo o que sabemos hoje.
No entanto, passados sete anos, parece que o “excesso de informação” sobre o assunto, ou seja, as campanhas publicitárias de prevenção e a cobertura da imprensa sobre o tema não são suficientes para dar cabo do problema. Vivemos em um mundo onde é possível saber sobre todas as doenças, todos os males seculares que atingem o ser humano: a dengue, a febre amarela, a tuberculose, a aids, as doenças sexualmente transmissíveis. Enfim… todas essas doenças que dependem única e exclusivamente do homem a prevenção. Mas mesmo assim, a ignorância pessoal, a velha frase “Comigo não vai acontecer…”, continua sendo o “nick” da maioria.
É nesse momento que me pergunto se a incredulidade da humanidade sobre a possibilidade de devastação por meio de pequenos mosquitos, pequenas bactérias, pequenos vírus não vai ser, no final, o motivo da nossa extinção. Nossa, acho que estou meio catastrófica, mas não é demais pensar sobre isso… aliás, e escrever também.